domingo, 19 de janeiro de 2014

Comitê da ONU pede ao Vaticano maior ação contra abuso sexuais de menores


Comitê da ONU pede ao Vaticano maior ação contra abuso sexuais de menores

O Comitê da ONU sobre os Direitos da Infância da ONU pediu nesta quinta-feira à Igreja Católica que atue com maior resolução contra os abusos sexuais de menores, um enorme escândalo que a Santa Sé é acusada de ter tentado abafar.
"O exemplo que a Santa Sé precisa dar deve assentar um precedente. Tem de marcar um novo enfoque", afirmou Sara Oviedo, integrante da equipe de investigação deste comitê das Nações Unidas.
A investigadora fez seus comentários em uma audiência na qual, pela primeira vez, uma delegação do Vaticano prestou explicações aos especialistas do Comitê para os Direitos da Infância sobre os abusos cometidos por religiosos católicos contra menores.
Oviedo denunciou que na gestão dos escândalos de pedofilia por parte da Igreja "se deu preferência aos interesses do clero".
"A Santa sé não estabeleceu nenhum mecanismo para investigar os acusados de realizar abusos sexuais, nem tampouco para processá-los", acrescentou.
Também criticou as medidas tomadas pelo Vaticano com os autores de abusos sexuais contra crianças. Segundo ela, "as punições aplicadas nunca parecem refletir a gravidade" dos fatos.
"Sabemos que ocorreram avanços", reconheceu, perguntando-se, no entanto, se as crianças "têm a possibilidade de serem ouvidas, sobretudo quando se trata de vítimas".
A ONU também pediu à delegação vaticana mais informações sobre os membros e os objetivos da comissão criada pela Santa Sé em dezembro para a proteção dos menores.
Por mais de uma década, a Igreja Católica se viu atingida por uma série de escândalos de abusos sexuais cometidos por religiosos contra menores, que começou na Irlanda e se estendeu para Alemanha, Estados Unidos e vários países latino-americanos, como México.
Os abusos foram frequentemente acobertados pelos superiores dos autores, que em muitos casos os transferiram a outras paróquias, em vez de denunciá-los à polícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário