A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, um órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), advertiu nesta terça-feira que o uso de celulares pode aumentar o risco de surgimento de tumores no cérebro.
A advertência foi feita após um grupo de 31 especialistas ter revisado estudos médicos existentes sobre o assunto, concluindo que o uso dos aparelhos é "possivelmente cancerígeno".
Os cientistas disseram ter analisado todos os estudos relevantes sobre o uso de telefones celulares e exposição à radiação deles.
No entanto, os pesquisadores ressaltaram que não podem afirmar categoricamente que os celulares causam câncer em humanos e que mais pesquisas são necessárias sobre o assunto.
Neuroglioma
A agência classificou os celulares como "possíveis cancerígenos" por causa da possibilidade de causar um tipo de tumor no cérebro, o neuroglioma.
A OMS calcula que existam cerca de cinco bilhões de telefones celulares em uso no mundo.
"Dadas as possíveis consequências para saúde publica desta classificação, é importante que sejam feitas mais pesquisas sobre o uso pesado e a longo prazo de celulares", disse Christopher Wild, diretor da agência.
"Dependendo da disponibilidade desta informação, é importante adotar medidas pragmáticas para reduzir a exposição, como dispositivos hand-free."
No passado, a OMS disse que não havia indícios de ligação entre o uso de celulares e o surgimento de câncer.
Ed Yong, um dos diretores da ONG britânica Cancer Research UK, que luta para aumentar a conscientização sobre a doença na Grã-Bretanha, disse que "o veredicto da OMS significa que há alguma evidência ligando os celulares ao câncer, mas é muito fraca para ser conclusiva".
"A vasta maioria dos estudos não encontrou ligação alguma entre celulares e câncer, portanto, se existe relação, é improvável que seja grande."
"O risco de câncer no cérebro é similar entre os que usam e os que não usam celulares, e os índices deste tipo de tumor não aumentaram desde a década de 80, quando o uso dos telefones aumentou bastante."
"No entanto, não se sabe o bastante para descartar o risco e há muito pouca pesquisa nos usos de longo prazo dos telefones", concluiu.
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