Igrejas evangélicas brasileiras foram banidasda
Angola. De acordo com o governo angolano, essas igrejas praticam
"propaganda enganosa" e "se aproveitam das fragilidades do povo
angolano", além de não serem reconhecidas pelo Estado.
A Igreja Universal é a única que ainda atua na Angola. Foto: Arquivo
Em fevereiro, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus, MundialRenovada e Igreja Evangélica Pentescotal Nova Jerusalém foram fechadas, depois de investigações do governo. A Igreja Universal foi a única que conseguiu liberação e funciona sobintervenção do Governo.
Desabamento gera interdição
A única igreja reconhecida pelo
Estado, a Universal do Reino de Deus, sofreu em março deste ano uma
interdição. 16 pessoas morreram asfixiadas e esmagadas durante um culto
da Igreja, no dia 31 de dezembro do ano passado, em Luanda. O culto reuniu 150 mil pessoas, número bem acima da lotação permitida no estádio da Cidadela.
O lema do culto era "O dia do Fim", e a igreja pedia com os fiéis o fim de muitos problemas que os afligiam, como doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas, entre outros.
Intervenção do Governo permite funcionamento
A igreja só pode funcionar com fiscalização dos
ministérios do Interior, Cultura, Direitos Humanos e Procuradoria Geral
da Justiça. As outras igrejas que não têm reconhecimento oficial do
Estado angolano, continuam proibidas. Antes, elas funcionavam com uma
autorização provisória.
Segundo,
Rui Falcão, secretário do birô político do MPLA (Movimento Popular de
Libertação de Angola) e porta-voz do partido, que está no poder desde a
independência de Angola, em 1975, afirma que "Essas igrejas não obterão
reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão
continuar impedidas de funcionar no país"
Monopólio da Igreja Universal
Apesar de funcionar sob intervenção na Angola,
a Igreja Universal conseguiu garantir um monopólio entre as igrejas
neopentecostais brasileiras no país. O governo do presidente José
Eduardo dos Santos é visto como muito próximo da Universal,
pois a TV Record tem grande força no país. O fato da Igreja Universal
ser a única a ter permissão para voltar a funcionar no país é uma
manobra para restringir a concorrência de outras igrejas brasileiras na
Angola. Só na Angola, a igreja tem, 230 templos e 500 mil fiéis.
De acordo com o sociólogo da
PUC -RS, Ricardo Mariano, "A Angola é um terreno fértil para a
Universal, que tem lá TV, jornal, templos e conexões políticas, e por
isso deve ter conseguido essa reserva de mercado", afirmou.
Já a Igreja Mundial do Poder de Deus do apóstolo Valdemiro Santiago, enviou advogados até Angola para tentar legalizar a situação da Igreja. Segundo o deputado José Olímpio (PP-SP), o processo é demorado.
A Igreja tem 30 templos e cerca de 170 mil fiéis no país. 15% da população angolana éevangélica, e essa fatia só tem crescido, segundo dados do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário