A maioria dos convertidos pertence à casta dalit, grupo que deve ser humilhado segundo a tradição do hinduísmo
O salto do número de cristão se deve ao surgimento de uma igreja totalmente nacional que se adéqua aos costumes locais, fazendo com que a população seja atraída sem criar choques culturais. A recém-criada igreja cristã indiana tem crescido principalmente entre os mais pobres e analfabetos.
O crescimento de evangélicos é maior entre os indianos da casta dalit, que são considerados impuros pelos indianos e por esse motivo estão destinados a se humilharem diante das outras castas. A revista Cristianismo Hoje divulgou o dado de que há 150 milhões de pessoas que fazem parte desse grupo.
Bangarraju é missionário e faz parte desta casta, ele tem evangelizado os seus e tem criado uma nova cara para a índia cristã. Seu ministério começou em 1996 quando ele passou a evangelizar os moradores de vilas feitas de tubos de captação de água pluvial.
O missionário ensinava as crianças analfabetas formando uma escola informal que se reunia debaixo de uma árvore. Ele também organizava visitas médicas sem falar de Jesus logo de cara, e assim foi ganhando a confiança da população.
Se os dados da Operação Mundial estiverem corretos, a Índia vai ficar entre as oito maiores populações cristãs do mundo, logo atrás de Filipinas e Nigéria, e maior do que em nações de forte tradição protestante, como Alemanha ou Reino Unido. Acontece que a realidade da Índia é completamente diferente da dos outros países: lá há quase 300 milhões de deuses e grupos religiosos extremistas.
Por esses motivos o evangelho na Índia não tem muito espaço para ser propagado, mas mesmo assim as oportunidades para espalhar as boas novas do Evangelho parecem estar em todo lugar. Muitos missionários se mudam para regiões específicas e montam escolas para oferecer desenvolvimento econômico e treinamento para a população local. Outra alternativa encontrada para expandir a pregação foi criar igrejas domésticas.
O missionário T.V. Joy, que implanta igrejas no norte da Índia, diz que as mudanças econômicas e sociais que estão acontecendo no país contribuem para quebrar com as tradições religiosas. “O hinduísmo é uma ferramenta para nos oprimir. E o Evangelho é uma mensagem de libertação, não apenas para o céu. Ele tem palavras de liberdade. A verdade é que Deus fez o homem à sua imagem”, diz ele.
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