segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Útero é transplantado de mãe para filha pela primeira vez no mundo

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O primeiro transplante de útero de mãe para filha foi realizado no último fim de semana na Suécia. O procedimento duplo, anuciado pela Universidade de Gotemburgo, foi realizado em duas famílias: duas jovens suecas receberam o útero de suas respectivas mães. As pacientes passam bem, e as cirurgias ocorreram sem complicações. A identidade das mulheres não foi revelada.
De acordo com o comunicado emitido pela Universidade de Gotemburgo, uma das mulheres retirou o útero depois de um tratamento contra um câncer de cólon do útero. A outra já havia nascido sem o órgão. Ambas têm cerca de 30 anos. "Mais de dez cirurgiões participaram das operações que transcorreram sem complicações. As mulheres que receberam o útero estão bem, mas cansadas depois da intervenção", disse Mats Brannstrom, professor de ginecologia da universidade e diretor da equipe de pesquisas. "As mães que doaram seus úteros já estão caminhando, e poderão voltar para casa em alguns dias."
As jovens receptoras deverão esperar um ano antes de poder iniciar uma gravidez, por meio de fecundação in vitro. "Só saberemos se foi um transplante bem sucedido em 2014", data em que as jovens poderão dar à luz na melhor das hipóteses, segundo o especialista. Brannstrom não quis especular sobre as possibilidades que as duas mulheres têm de engravidar. Em casos normais, segundo ele, a possibilidade de dar à luz através de uma fecundação in vitro é de 25 a 30%.
Os úteros implantados serão retirados quando as mulheres tiverem um máximo de duas crianças, para que possam suspender o tratamento contra a rejeição do órgão. De acordo com outro médico da equipe, Michael Olausson, o risco de rejeição do útero será, a princípio, o mesmo de que qualquer outro órgão — em torno de 20%.
Seleção
As duas jovens foram selecionadas ao final de um longo procedimento, que permitiu garantir que elas e seus maridos eram férteis. Suas respectivas mães foram escolhidas como doadoras, dada a "vantagem teórica" que apresentam por ser familiares, indicou o professor Olausson. "Seus úteros demonstraram que funcionavam e eram capazes de ter um bebê."
Uma das duas transplantadas, identificada apenas pelo nome de Anna, disse que sabia que alguns poderiam criticar a operação por razões éticas. Para ela, no entanto, o procedimento significava simplesmente restaurar uma função corporal, da qual ela tinha sido privada pelo câncer. "É uma sensação incrível ser capaz de experimentar isso", disse em comentários postados no site do hospital Sahlgrenska, onde as operações foram realizadas.
Novos casos
Outras duas mulheres deverão ser submetidas a um transplante de útero na Suécia. A equipe médica indicou que estas duas novas pacientes não chegam aos 30 anos e que as possibilidades de êxito de uma fecundação in vitro são maiores quando as pacientes são jovens.
A equipe de pesquisa do professor Brannstrom, que conta com 20 pessoas, trabalha neste projeto desde 1999. Anteriormente, eles já haviam realizado com sucesso transplantes de úteros em animais, como ratos e macacos.
Os transplantes de útero, cujo primeiro êxito foi obtido na Turquia em 2011, são polêmicos, já que envolvem doadoras vivas. Em um primeiro momento, o Conselho de Ética da Suécia bloqueou as intervenções, mas finalmente deu sua autorização em maio, na condição de que um comitê especial controle as operações.

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