Perto de completar, no próximo dia 2 de
outubro, 20 anos do maior massacre já registrado no sistema
penitenciário brasileiro, quando 111 detentos foram mortos durante uma
invasão policial para reprimir uma rebelião no Presídio do Carandiru, na
capital paulista, a Justiça de São Paulo decidiu nesta quinta-feira que
28 dos policiais militares acusados pelo massacre vão a júri popular no
dia 28 de janeiro de 2013.
O júri está marcado para as 9 horas, no
Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. A decisão é do
juiz José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de Santana. O processo
será julgado em etapas, devido ao grande número de réus envolvidos.
De acordo com o Tribunal de Justiça de
São Paulo serão julgados nesta primeira etapa os policiais Ronaldo
Ribeiro dos Santos, Aércio Dornellas Santos, Wlandekis Antônio Cândido
Silva, Roberto Alberto da Silva, Joel Cantílio Dias, Antonio Luiz
Aparecido Marangoni, Valter Ribeiro da Silva, Pedro Paulo de Oliveira
Marques, Fervásio Pereira dos Santos Filho, Marcos Antônio de Medeiros,
Haroldo Wilson de Mello, Luciano Wukschitz Bonani, Paulo Estevão de
Melo, Roberto Yoshio Yoshicado, Salvador Sarnelli, Fernando Trindade,
Antônio Mauro Scarpa, Argemiro Cândido, Elder Taraboni, Sidnei Serafim
dos Anjos, Marcelo José de Lira, Roberto do Carmo Filho, Zaqueu
Teixeira, Osvaldo Papa, Marcos Ricardo Polinato, Reinaldo Henrique de
Oliveira, Eduardo Espósito e Maurício Marchese Rodrigues.
A advogada Ieda Ribeiro de Souza, que
defende 79 policiais acusados pelas mortes, esperava que o julgamento
fosse marcado após o resultado da perícia do confronto balístico feita
pelo Instituto de Criminalística (IC), disse. No entanto, em sua
decisão, o juiz José Augusto Nardy Marzagão considerou que, diante da
impossibilidade atestada pelo IC de fazer o confronto de balística, a
falta da perícia não deverá prejudicar o julgamento.
“Qual a razão de ser da existência de um
processo que permanece sem julgamento por 20 anos? A resposta nos
parece óbvia... A rigor, torna-se imperioso o julgamento do presente
feito”, diz o juiz, em sua decisão.
No dia 2 de outubro de 1992, cerca de
360 policiais invadiram o Presídio do Carandiru durante uma rebelião e
mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, ao menos 111
presidiários. A ação dos policiais é considerada um dos mais violentos
casos de repressão à rebelião em casas de detenção no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário