Ator de Smallville realizou um documentário sobre o tema
O ator Kevin Miller ficou conhecido mundialmente ao encarnar o vilão Lex Luthor na série SmallVille. Agora, aos 41, Miller escreveu e dirigiu um longa-metragem que está em cartaz em mais de 20 cinemas da América do Norte.
“Hellbound?” [Quem vai para o inferno?] custou US$ 350.000 e o início de suas filmagens no ano passado coincidiram com o lançamento do livro polêmico do pastor evangélico Rob Bell, “O Amor vence”.As visões não convencionais do inferno deram a Bell na capa da revista Time e cercaram o lançamento de polêmica. O canadense Miller nasceu em uma família cristã e acredita ter sido salvo aos 9 anos de idade quando seguiu o ensinamento de seus pais e confessou Jesus como salvador durante um acampamento da igreja. Mesmo assim, afirma que sempre ficou intrigado com a ideia do que acontece com as pessoas após a morte.
“É um lugar horrível para uma criança imaginar”, disse Miller em uma entrevista que precedeu o lançamento do filme. “Um medo que ficou infiltrado sob a minha fé ao longo de toda a minha vida.”
Apesar de Bell se recusar a aparecer em “Hellbound?”, Miller disse que o livro foi o que mais o inspirou a escrever o roteiro do longa. As perguntas do filme/documentário de 85 minutos são basicamente “Existe inferno?” e “Se existe, quem vai para lá?”.
Jornada de fé de Miller o fez participar de várias denominações até se decidir pela Anglicana, que lhe deu uma visão mais “suave” do inferno e que demonstra no filme: o universalismo. Basicamente, essa posição teológica não considera o inferno um lugar de tormento eterno e defende que todas as almas serão salvas de alguma maneira.
Para a irritação dos que poderiam esperar uma visão mais tradicional, com fogo, enxofre e ranger de dentes, o filme de Miller dá muito espaço a cristãos que rejeitam a ideia de punição eterna, como o autor Brad Jersak.
Porém, ele também ouviu adeptos da visão mais comum do inferno, incluindo Mark Driscoll, pastor da megaigreja Mars Hill de Seattle. Em sua tentativa de ouvir várias vozes, ele filmou uma conversa com membros da Igreja Batista de Westboro, famosos por fazer manifestações com cartazes que lembram a todos que Deus os mandará para o inferno.
Miller conversou com os manifestantes da Igreja de Westboro e contrasta a compreensão desse grupo com a sua, que vê a Deus como uma divindade mais clemente e amorosa.
“Se eu pudesse dizer que acredito no inferno, é o inferno que criamos, perpetuando o ciclo de violência retributiva que está ligada ao fato de andarmos para longe do ideal que Cristo nos ensina, assim acho que entramos em um inferno”, explica Miller.
Em “Hellbound?” o diretor procura abrir as conversas sobre o tema leva os espectadores a ouvir os argumentos de um exorcista e mostra como é um show de death metal, onde as bandas e fãs usam chifres e invocam o diabo.
No momento em que entrevista estudiosos do tema, ele apresenta três maneiras sobre como o inferno é visto: tormento eterno, universalismo e aniquilacionismo (as almas boas vão para o céu, as más simplesmente desaparecer), sempre mostrando versículos da Bíblia que as defendem.
O conhecido evangelista Ray Comfort disse que não viu “Hellbound?”, mas discorda de sua defesa do universalismo. “Essa crença pode ser atraente para muitos, mas não é bíblica”, disse Comfort ao site Religion News Service. “Se não há justiça final e o inferno não é um lugar de castigo justo, então Deus é mau, comparável ao juiz que ao olhar para um assassinato no tribunal ignora que ele cometeu um crime,” disse Comfort.
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