Ao comentar dados globais sobre Aids divulgados nesta quarta-feira (18), o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, disse que há uma possibilidade de se alcançar tratamento universal da doença até 2015.
Segundo ele, a América Latina aparece
como pioneira no acesso aos medicamentos antirretrovirais, seguida pela
região do Caribe e pela África Subsaariana. ”Parte desta vitória se deve
ao Brasil porque, já nos anos de 1990, adotou uma política de governo
que passou a ser política de Estado e se mantem de maneira firme,
independentemente da situação adversa da economia”, avaliou Chequer.
Em 2011, 8 milhões de pessoas receberam
tratamento em países de baixa e média renda, um aumento de 1,4 milhão em
relação ao ano anterior. Ainda assim, o número representa 54% das 14,8
milhões de pessoas que precisam ser tratadas na região.
O relatório indica que 82 países
aumentaram em mais de 50% os investimentos nacionais no controle e
prevenção da Aids entre 2006 e 2011. Países de baixa e média renda,
juntos, representaram investimentos de US$ 8,6 bilhões no ano passado,
um aumento de 11% em relação a 2010.
Os gastos públicos internos em países da
África Subsaariana, por exemplo, cresceram 97% nos últimos cinco anos,
enquanto os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
aumentaram os gastos nacionais públicos em mais de 120%. Já o
financiamento internacional permanece no mesmo nível de 2008,
totalizando US$ 8,2 bilhões, sendo que os fundos disponibilizados pelos
Estados Unidos representam cerca de 48% da assistência internacional
para a Aids.
Sobre o medicamento Truvada, aprovado
nesta semana pelo governo norte-americano como alternativa para prevenir
a infecção pelo HIV, o coordenador do Unaids ressaltou que o remédio
está sendo divulgado como uma espécie de panaceia e que é preciso ter
cautela. “Temos outras pesquisas com maior relevância no sentido do
controle da epidemia do que esta”, disse Chequer, ao destacar um estudo
que indica a eficácia do tratamento antirretroviral como forma de
prevenir a infecção entre casais em que um dos parceiros tem Aids. “Não
podemos comemorar (o Truvada) como um milagre”, completou.
34 milhões vivem com HIV no mundo
Relatório do Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) ainda indica que 34,2 milhões de
pessoas vivem com HIV no mundo, sendo 30,7 milhões de adultos, 16,7
milhões de mulheres e 3,4 milhões de menores de 15 anos.
A África Subsaariana registra o maior
número de pessoas infectadas, com 23,5 milhões, seguida pela Ásia
Meridional e Sul-oriental, com 4,2 milhões. A Oceania tem a menor
estimativa com 53 mil infectados. Na América Latina, são 1,4 milhão.
Dados indicam ainda que, em 2011, 2,5
milhões de novas infecções foram identificadas no mundo, sendo 2,2
milhões em adultos e 330 mil em menores de 15 anos. O número representa
mais de 7 mil novas infecções por dia e 97% delas foram notificadas em
países de baixa e média renda.
A África Subsaariana lidera o ranking
com 1,7 milhão de novas infecções. Em seguida, aparecem a Ásia
Meridional e Sul-oriental (300 mil) e a Europa Oriental e Ásia Central
(170 mil). Na América Latina, 86 mil pessoas foram infectadas pelo vírus
em 2011.
Já as mortes provocadas pelo HIV no
mesmo período totalizaram 1,7 milhão, sendo 1,5 milhão entre adultos e
230 mil entre menores de 15 anos de idade. Na América do Norte, 20 mil
pessoas morreram no ano passado em decorrência do HIV; na região do
Caribe, 10 mil; na América Latina, 57 mil; na Europa Ocidental e
Central, 9,3 mil; na Europa Oriental e Ásia Central, 90 mil; na Ásia
Oriental, 60 mil; na Ásia Meridional e Sul-oriental, 270 mil; no Norte
da África e Oriente Médio, 25 mil; na África Subsaariana, 1,2 milhões; e
na Oceania, 1,3 mil.
O coordenador do Unaids no Brasil, Pedro
Chequer, explicou que o alto número de pessoas com HIV no mundo é
reflexo da queda das mortes provocadas pela doença, sobretudo em razão
da ampliação do acesso a medicamentos antirretrovirais. Ele destacou a
queda de registros da doença na África Subsaariana, resultado pouco
esperado diante das perspectivas apresentadas nos anos 1980 e 1990. Mas
ressaltou que a doença avança na Rússia e na Ásia Central.
Chequer alertou também que as mulheres
representam quase a metade do contingente de pessoas que vivem com HIV
no mundo. Segundo ele, há preocupação, em particular, com as novas
infecções entre mulheres e homossexuais jovens.
Fonte: Verdade Gospel, com informações da Agência Brasil
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