Uma criança foi atingida pelo disparo de uma espingarda de
chumbinho que foi disparada por seu irmão, de apenas nove anos. O
incidente aconteceu em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba.
Apesar de ter sido atingida na nuca, a menina, de cinco anos, passa
bem. A mãe das crianças, Angelina Fagundes dos Santos concedeu uma
entrevista ao G1 na última quarta feira, onde explicou o ocorrido.
“Eu estava na casa do meu namorado e ele sempre deixa a espingarda em
lugares altos. Desta vez, por um descuido, ele pegou para colocar
chumbinho e foi até a lavanderia. No mesmo momento, um vizinho o chamou
no portão. Foi então que ele deixou a espingarda na lavanderia e foi ver
o que o vizinho queria. Enquanto isso, meu filho de nove anos encontrou
a espingarda”, explicou a mãe.
Ela disse ainda que tentou impedir o filho de mexer na arma, mas não
conseguiu intervir a tempo. “Foi tudo muito rápido, quando eu abri a
boca para falar para ele não encostar, ele já tinha disparado. Foi um
susto enorme quando vi que o disparo acertou minha filha. Eu corri para
pedir ajuda e levamos ela para o hospital”, explicou.
A criança de 5 anos foi atingida na nuca e passou por 4 horas de
cirurgia para retirada do chumbinho. Depois da cirurgia a menina ficou
em observação na UTI do hospital e, pouco depois, foi transferida para o
quarto. Segundo Angelina, a garota ainda inspira cuidados, mas já está
bem: “Só estamos aguardando o médico liberá-la para voltar para casa.
Vou me dedicar 24 horas por dia se for necessário para que minha filha
volte a viver normalmente”.
O neurocirurgião e professor da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), Luiz Ernani Madalozzo comentou sobre o disparo que, segundo ele,
deve ter sido efetuado a uma distância bem próxima da vítima, já que o
chumbinho dificilmente consegue penetrar o crânio. “Quando ele penetra,
passa a funcionar como se fosse uma bala comum, de tamanho menor”,
explicou o médico, que disse ainda: “Um projétil comum sai incandescente
da arma, portanto a bala fica esterilizada. Já com o chumbinho isso não
acontece, ele traz todo tipo de sujeira. Então, além da lesão causada
pelo projétil, há mais esse problema”.
Sobre a recuperação da filha, Angelina atribui a um milagre divino:
“Foi Deus quem salvou ela. Minha filha se recuperou rápido e devo isso
às várias pessoas que rezaram e que nos apoiaram durante esses dias”,
disse.
Por se tratar de uma arma de pressão, a espingarda não exige porte de
arma. Porém o proprietário da arma deverá responder por lesão corporal
culposa, segundo informou o delegado Amadeu Araújo, que investiga o
caso.
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