Organizada pelos professores doutores Alfonso Garcia Rubio e Joel Portella Amado, do Círculo do Rio, a obra é composta de dez capítulos, através dos quais teólogos e teólogas católicos e evangélicos, trabalham temas dos diálogos da teologia da criação com o evolucionismo, como a onipotência de Deus.
De acordo com Rubio, padre diocesano espanhol radicado no Brasil desde 1959, a proposta do livro é superar a tensão entre a teologia da criação e a perspectiva evolucionista, demonstrando as proximidades existentes entre as duas linhas de pensamento, possibilitando perceber as angústias que perpassam cientistas e teólogos.
Os autores buscam mostrar porque a perspectiva teológica fundamentalista rejeita o evolucionismo, teme aceitar a evolução e com isso perde ricas possibilidades de aprofundar a fé. Segundo a ALC, o livro revisa conceitos, retoma dados dos relatos da criação e estabelece proximidades, estabelecendo a legitimidade das perspectivas e ajuda a superar conflitos entre as visões da ciência e da fé.
Rubio afirma que a proposta teológica da obra vem de uma preocupação com o empobrecimento e as limitações da radicalização que as duas perspectivas geram para uma antropologia adequada. Ele afirma ainda que a obra rejeita a setorização e integra visões que resgata percepções mais enriquecidas da condição humana, e ressalta que a ciência e a teologia não devem estar contrapostas.
Leia a sinopse do livro, disponível do site da editora Paulinas:
A relação entre teologia e ciências naturais continua estremecida. E se revela especialmente sensível quando se procura relacionar a visão científica evolucionista com a fé em um Deus criador. Para enfrentar esse conflito, a reflexão teológica precisa, antes de tudo, escutar com atenção e respeito aquilo que as ciências afirmam sobre o tema da evolução. Os autores deste livro não são cientistas, mas sua abordagem teológica pretende revisar e superar pressupostos sobre o universo, a vida e o ser humano que a teologia utilizou durante séculos como mediação de seu discurso.
Que pretende, pois, esta obra? Primeiramente, reiterar que não precisa haver contradição entre a visão científica evolucionista da vida e do cosmo e a autêntica fé bíblico-cristã. Em segundo lugar, indicar alguns caminhos que a teologia atual já está percorrendo e que mostram ser possível e real a compatibilidade entre ambas as visões.
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