quarta-feira, 20 de junho de 2012

7 Gondim se afasta de redes sociais e diz restar poucos dias de vida

Recentemente o Pastor Ricardo Gondim, publicou em seu blog, um texto intitulado ‘Recesso – preciso de um tempo’, onde aparece como um soldado ferido e que precisa de um tempo para se recompor.

Gondim se afasta de redes sociais e diz restar poucos dias de vida
Gondim se afasta de redes sociais e diz restar poucos dias de vida
Gondim começa o texto, dizendo que abandonará as redes sociais, por um tempo indeterminado, pois esta com muita dor por ser ‘cuspido, difamado e ridicularizado’ por quem acreditava ser seu parceiro.
“Em Fortaleza, tive que enfrentar um piquete na porta da igreja que eu considerava a menina dos meus olhos.
Depois, oportunistas se sucederam em me esfaquear. Pessoas baixas se revezaram em colocar o meu nome entre os grande apóstatas da fé. A Betesda em Fortaleza praticamente implodiu. A princípio, sofri. Depois, preocupei-me com amigos, parceiros e discípulos. Eles sofriam as consequências de minhas posições. Embora eu nunca, em tempo algum, tenha vendido a alma ao sucesso, não bastou. As pedradas não cessaram.”, escreveu Gondim.
Gondim também se mostrou triste, pois virou motivo de ‘piada no cenário evangélico’, ao revelar em entrevista que apoia o casamento homossexual e diversas declarações que fizeram com que “Antigos companheiros passaram a me evitar como um leproso…Contudo, prefiro o ódio de fundamentalistas e homofóbicos, à falta de paz; quero poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de que defendi o que é justo.”, escreve o pastor.
No decorrer de seu desabafo, Gondim revela que não confia mais nos pregadores evangélicos, pois foi roubado em direitos autorais, usado e sugado. Também mostrou que a mesma ‘subcultura religiosa’ que o acalentou, e lhe fez um homem bem sucedido agora o tem traumatizado, e lhe afetado a sua saúde.
Embora esteja ferido e afastado das redes sociais, Gondim continuará liderando a igreja Betesda, que fica localizado na Avenida Alberto de Zagottis, 1000, São Paulo, onde como Gondim a classificou sendo sua ‘cidade de refúgio’.
“Saio das redes sociais por recomendação médica; mas, também, por bom siso: preciso procurar alguma caverna, e lá, trocar de pele.”, conclui o pastor.
Para o diácono, Thiago Dearo, da Assembleia de Deus Madureira, Gondim é um soldado, que esta ferido e que deseja que Deus o restaure.
“Realmente, estas palavras de Gondim entristeceu muito o meu coração. Um homem que foi usado de uma maneira poderosa nas mãos de Deus, aos poucos foi se desviando, e… Um abismo chama outro abismo . Foi isso o que aconteceu na vida deste homem. Mas Gondim, eu acredito que você ainda tem crédito com Deus, não importa os seus erros, pois onde abundou o pecado superabundou a benção, a graça e a restauração. O desejo mais sincero do meu coração, e eu creio com fé em Deus, que Ele irá restaurar a sua vida Gondim, vai lhe levantar, abrir a visão, você não vai morrer tão cedo não, Jesus vai lhe restaurar, restaurar a sua fé, restaurar a sua sabedoria… Você é um soldado ferido, nesse tempo de afastamento, eu creio que Deus irá mover a sua vida. Tú vais voltar a ser um homem de Deus, e eu creio que a glória da segunda casa será maior que a primeira…. JESUS TE AMA, E TE RESTAURA NO SEU NOME SANTO…”, escreve o diácono.

Leia o texto de Gondim na integra abaixo:
Recesso – preciso de um tempo / Ricardo Gondim
Por mais de um motivo, ficarei sem escrever aqui e no twiter. Vou me exilar de todas as redes sociais por um tempo. Mais cedo ou mais tarde chega o tempo em que algum ciclo se fecha. Como preciso saber discernir a minha hora: chegou um momento decisivo em minha vida.
Não escondo a minha profunda dor. Fui cuspido, difamado e ridicularizado por quem acreditei ser parceiro. Meu coração sofreu além da conta.
Noto que me resta pouco tempo de vida -não sei quanto, mas estou consciente de que é pouco. Em Fortaleza, tive que enfrentar um piquete na porta da igreja que eu considerava a menina dos meus olhos.
Depois, oportunistas se sucederam em me esfaquear. Pessoas baixas se revezaram em colocar o meu nome entre os grande apóstatas da fé. A Betesda em Fortaleza praticamente implodiu. A princípio, sofri. Depois, preocupei-me com amigos, parceiros e discípulos. Eles sofriam as consequências de minhas posições. Embora eu nunca, em tempo algum, tenha vendido a alma ao sucesso, não bastou. As pedradas não cessaram.
Eu podia ser outra pessoa. Estou consciente de meus dons e talentos. Sei que poderia tornar-me famoso e disputado entre os maiorais do movimento evangélico. Mas, não sei explicar, preferi o caminho dos proscritos. E a minha história virou piada; fui arrastado ao charco. Dei uma entrevista à revista Carta Capital (eu daria novamente, sem tirar uma vírgula) e os eventos desandaram. Antigos companheiros passaram a me evitar como um leproso. Reconhecer que homossexuais têm direito era um pecado incontornável. Contudo, prefiro o ódio de fundamentalistas e homofóbicos à falta de paz; quero poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de que defendi o que é justo.
Eu supus ter amigos entre os envangélicos. Enganei-me. Quando a revista Ultimato me defenestrou como articulista, não contei com cinco amigos que ousassem dar a cara a bater por mim. Nessa hora vi o quanto fui usado. Eu não passava de grife, ornando panfletos de eventos. Saí de casa, deixei meus filhos, esqueci meus pais, dormi em hotéis de quinta categoria, para dar credibilidade a conferências chinfrins. Os amigos, que supunha de caminhada, se calaram. Estavam preocupados com eles mesmos na hora do meu linchamento. Os meus verdadeiros amigos se resumiam aos poucos parceiros que sobraram na Betesda e me deram a mão. Só um punhado se solidarizou quando me viu arrastado na sarjeta. Alguns, para minha profunda decepção, se aproveitaram de vírgulas doutrinárias para jogar ainda mais querosene no fogo brando que fundamentalistas acenderam.
Na verdade, estou exaurido. Agora virou questão de saúde. Como não posso respirar, minimamente, o ar dos evangélicos não serve como terapia. Deixei de acreditar na grande maioria dos líderes, pastores, teólogos e missionários evangélicos. Não confio nos que se dizem pregadores da Boa Notícia do Nazareno; e isso é ruim. Depois de presenciar excrescências éticas, depois de ver-me roubado em direitos autorais, depois de usado e sugado não quero mais a piedade plástica e mentirosa dos que se sentem responsáveis pela salvação do mundo. A subcultura religiosa que me acalentou e me fez um homem bem sucedido agora me traumatiza. E quando a gente perde o respeito, acabam-se os argumentos.
Sinto que chega a hora de começar outro ciclo. Não sei como, mas para que aconteça, meu primeiro passo deve ser o exílio das redes sociais. Quanto tempo fico fora deste site e do twiter, não sei. Mas, igual aos adolescentes quando querem acabar o namoro, digo: preciso de um tempo.
Resta-me a igreja Betesda, minha comunidade de fé na Avenida Alberto de Zagottis, 1000. Ali é minha cidade de refúgio. Continuarei liderando o pequeno rebanho de homens e mulheres que, apesar de toda a propaganda danosa, ainda se reúne para me ouvir nos domingos. Com eles, e por causa deles, continuo.
Saio das redes sociais por recomendação médica; mas, também, por bom siso: preciso procurar alguma caverna, e lá, trocar de pele.

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