Recentemente o Pastor Ricardo Gondim, publicou em seu blog, um texto intitulado ‘Recesso – preciso de um tempo’, onde aparece como um soldado ferido e que precisa de um tempo para se recompor.
Gondim começa o texto, dizendo que
abandonará as redes sociais, por um tempo indeterminado, pois esta com
muita dor por ser ‘cuspido, difamado e ridicularizado’ por quem
acreditava ser seu parceiro.
“Em Fortaleza, tive que enfrentar um piquete na porta da igreja que eu considerava a menina dos meus olhos.
Depois, oportunistas se sucederam em me esfaquear. Pessoas baixas se revezaram em colocar o meu nome entre os grande apóstatas da fé. A Betesda em Fortaleza praticamente implodiu. A princípio, sofri. Depois, preocupei-me com amigos, parceiros e discípulos. Eles sofriam as consequências de minhas posições. Embora eu nunca, em tempo algum, tenha vendido a alma ao sucesso, não bastou. As pedradas não cessaram.”, escreveu Gondim.
Depois, oportunistas se sucederam em me esfaquear. Pessoas baixas se revezaram em colocar o meu nome entre os grande apóstatas da fé. A Betesda em Fortaleza praticamente implodiu. A princípio, sofri. Depois, preocupei-me com amigos, parceiros e discípulos. Eles sofriam as consequências de minhas posições. Embora eu nunca, em tempo algum, tenha vendido a alma ao sucesso, não bastou. As pedradas não cessaram.”, escreveu Gondim.
Gondim também se mostrou triste, pois
virou motivo de ‘piada no cenário evangélico’, ao revelar em entrevista
que apoia o casamento homossexual e diversas declarações que fizeram com
que “Antigos companheiros passaram a me evitar como um leproso…Contudo,
prefiro o ódio de fundamentalistas e homofóbicos, à falta de paz; quero
poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de que defendi o
que é justo.”, escreve o pastor.
No decorrer de seu desabafo, Gondim
revela que não confia mais nos pregadores evangélicos, pois foi roubado
em direitos autorais, usado e sugado. Também mostrou que a mesma
‘subcultura religiosa’ que o acalentou, e lhe fez um homem bem sucedido
agora o tem traumatizado, e lhe afetado a sua saúde.
Embora esteja ferido e afastado das
redes sociais, Gondim continuará liderando a igreja Betesda, que fica
localizado na Avenida Alberto de Zagottis, 1000, São Paulo, onde como
Gondim a classificou sendo sua ‘cidade de refúgio’.
“Saio das redes sociais por recomendação
médica; mas, também, por bom siso: preciso procurar alguma caverna, e
lá, trocar de pele.”, conclui o pastor.
Para o diácono, Thiago Dearo, da
Assembleia de Deus Madureira, Gondim é um soldado, que esta ferido e que
deseja que Deus o restaure.
“Realmente, estas palavras de Gondim
entristeceu muito o meu coração. Um homem que foi usado de uma maneira
poderosa nas mãos de Deus, aos poucos foi se desviando, e… Um abismo
chama outro abismo . Foi isso o que aconteceu na vida deste homem. Mas
Gondim, eu acredito que você ainda tem crédito com Deus, não importa os
seus erros, pois onde abundou o pecado superabundou a benção, a graça e a
restauração. O desejo mais sincero do meu coração, e eu creio com fé em
Deus, que Ele irá restaurar a sua vida Gondim, vai lhe levantar, abrir a
visão, você não vai morrer tão cedo não, Jesus vai lhe restaurar,
restaurar a sua fé, restaurar a sua sabedoria… Você é um soldado ferido,
nesse tempo de afastamento, eu creio que Deus irá mover a sua vida. Tú
vais voltar a ser um homem de Deus, e eu creio que a glória da segunda
casa será maior que a primeira…. JESUS TE AMA, E TE RESTAURA NO SEU NOME
SANTO…”, escreve o diácono.
Leia o texto de Gondim na integra abaixo:
Recesso – preciso de um tempo / Ricardo Gondim
Por mais de um motivo, ficarei sem
escrever aqui e no twiter. Vou me exilar de todas as redes sociais por
um tempo. Mais cedo ou mais tarde chega o tempo em que algum ciclo se
fecha. Como preciso saber discernir a minha hora: chegou um momento
decisivo em minha vida.
Não escondo a minha profunda dor. Fui
cuspido, difamado e ridicularizado por quem acreditei ser parceiro. Meu
coração sofreu além da conta.
Noto que me resta pouco tempo de vida
-não sei quanto, mas estou consciente de que é pouco. Em Fortaleza, tive
que enfrentar um piquete na porta da igreja que eu considerava a menina
dos meus olhos.
Depois, oportunistas se sucederam em me
esfaquear. Pessoas baixas se revezaram em colocar o meu nome entre os
grande apóstatas da fé. A Betesda em Fortaleza praticamente implodiu. A
princípio, sofri. Depois, preocupei-me com amigos, parceiros e
discípulos. Eles sofriam as consequências de minhas posições. Embora eu
nunca, em tempo algum, tenha vendido a alma ao sucesso, não bastou. As
pedradas não cessaram.
Eu podia ser outra pessoa. Estou
consciente de meus dons e talentos. Sei que poderia tornar-me famoso e
disputado entre os maiorais do movimento evangélico. Mas, não sei
explicar, preferi o caminho dos proscritos. E a minha história virou
piada; fui arrastado ao charco. Dei uma entrevista à revista Carta
Capital (eu daria novamente, sem tirar uma vírgula) e os eventos
desandaram. Antigos companheiros passaram a me evitar como um leproso.
Reconhecer que homossexuais têm direito era um pecado incontornável.
Contudo, prefiro o ódio de fundamentalistas e homofóbicos à falta de
paz; quero poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência de que
defendi o que é justo.
Eu supus ter amigos entre os
envangélicos. Enganei-me. Quando a revista Ultimato me defenestrou como
articulista, não contei com cinco amigos que ousassem dar a cara a bater
por mim. Nessa hora vi o quanto fui usado. Eu não passava de grife,
ornando panfletos de eventos. Saí de casa, deixei meus filhos, esqueci
meus pais, dormi em hotéis de quinta categoria, para dar credibilidade a
conferências chinfrins. Os amigos, que supunha de caminhada, se
calaram. Estavam preocupados com eles mesmos na hora do meu linchamento.
Os meus verdadeiros amigos se resumiam aos poucos parceiros que
sobraram na Betesda e me deram a mão. Só um punhado se solidarizou
quando me viu arrastado na sarjeta. Alguns, para minha profunda
decepção, se aproveitaram de vírgulas doutrinárias para jogar ainda mais
querosene no fogo brando que fundamentalistas acenderam.
Na verdade, estou exaurido. Agora virou
questão de saúde. Como não posso respirar, minimamente, o ar dos
evangélicos não serve como terapia. Deixei de acreditar na grande
maioria dos líderes, pastores, teólogos e missionários evangélicos. Não
confio nos que se dizem pregadores da Boa Notícia do Nazareno; e isso é
ruim. Depois de presenciar excrescências éticas, depois de ver-me
roubado em direitos autorais, depois de usado e sugado não quero mais a
piedade plástica e mentirosa dos que se sentem responsáveis pela
salvação do mundo. A subcultura religiosa que me acalentou e me fez um
homem bem sucedido agora me traumatiza. E quando a gente perde o
respeito, acabam-se os argumentos.
Sinto que chega a hora de começar outro
ciclo. Não sei como, mas para que aconteça, meu primeiro passo deve ser o
exílio das redes sociais. Quanto tempo fico fora deste site e do
twiter, não sei. Mas, igual aos adolescentes quando querem acabar o
namoro, digo: preciso de um tempo.
Resta-me a igreja Betesda, minha
comunidade de fé na Avenida Alberto de Zagottis, 1000. Ali é minha
cidade de refúgio. Continuarei liderando o pequeno rebanho de homens e
mulheres que, apesar de toda a propaganda danosa, ainda se reúne para me
ouvir nos domingos. Com eles, e por causa deles, continuo.
Saio das redes sociais por recomendação médica; mas, também, por bom
siso: preciso procurar alguma caverna, e lá, trocar de pele.
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